Hermínio Martins: A metafísica e a crítica da civilização tecnológica Notas para o seminário de doutoramento em torno do “Deus dos Artefactos”

Estas notas que agora se fornecem, no âmbito da formação doutoral em História e Filosofia das Ciências na nossa Universidade de Évora (e que também servem para um curso de graduação), remetem para aquele grande livro saído em 2011, o Experimentum Humanum, visando fomentar a leitura analítica de tão rica e complexa obra. Para isso vamos nos concentrar num aspecto relevante, o do questionamento metafísico — particularmente saliente em um dos capítulos desse livro —, para mostrar como a cultura filosófica de Hermínio e o seu entendimento das problemáticas à luz de uma atitude de polímata iluminam uma questão fundamental: a dos pressupostos últimos ou metafísicos do actual movimento geral da civilização regida por princípios finalistas infinitistas (de progresso ilimitado numa direcção que é contingente em relação ao verdadeiro campo de possibilidades humanas), os quais de algum modo prolongam a mentalidade cientista e determinista vigente em sectores positivistas activos desde pelo menos o século XIX. Propositadamente, falaremos do nosso Antero de Quental e do seu evolucionismo espiritualista que recolhe elementos metafísicos pertinentes para a compreensão da problemática actual desvelada por Hermínio Martins